Ao ouvir Lenine cantando Paciência (https://www.youtube.com/watch?v=4GFtjl6Gsjk) me pego pensando em quanta paciência é preciso para lidarmos com nossas frustações, desilusões, pensamentos mórbidos, dificuldades afetivas e afins. Mesmo quando reconhecemos que precisamos mudar, que aceitar aquilo que é impossível de ser mudado é a escolha certa, a mudança nunca acontece no ritmo da nossa ansiedade. Por isso, é preciso paciência.
Damos um passo para frente rumo aos nossos objetivos e alguns dias depois parece que retrocedemos três passos e a partir daí deveremos ter paciência para nos perdoarmos e recomeçarmos a caminhada. E muitas vezes recomeçaremos até o desespero da incerteza e da dúvida nos assombrar ao ponto de pensarmos em desistir, talvez até morrer. Entretanto, a vida nos exige coragem para continuar e paciência para alcançar algo que queiramos.
Infelizmente o tempo da sociedade não é o mesmo que o nosso e parece-me que sempre estamos atrasados em relação a alguma conquista ou realização. Precisamos mostrar resultados, ter excelência pessoal, autoestima, empreender e ainda sermos absurdamente alegres. Há uma intolerância social ao tristinhos e pessimistas que permeiam o planeta…
Contudo, sou solidária aos tristonhos, pois não é raro as vezes em que sinto uma vontade imensa de ficar em posição fetal ou sentada com minhas pernas entrelaçadas em meus braços em um canto qualquer, simplesmente esperando a vida acalmar. Meus queridos pessimistas, paciência é o que pode nos salvar, afinal precisamos sobreviver a nós mesmos, aos otimistas e às demandas da vida que nos cerca.